segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O BEIJA FLOR


Sabe que às vezes eu posso ser repetitiva, mas acho importante dizer: minha avó sabe das coisas... Acho mesmo que no “frigir dos ovos” a gente acaba recebendo influências das pessoas que vivem ao nosso redor: “me diga com quem andas e eu te direi quem és”, diz ela. E, se você souber escolher, isso pode ser muito bom. Neste final de semana fui para um aniversário de uma amiga, muito querida por sinal, e tive o prazer de conversar algum tempo com a mãe dela, pessoa viajada e observadora do comportamento humano, que curiosamente ela registra na sua máquina fotográfica. E, durante nosso papo ela me disse uma coisa que me chamou muita atenção: “Lu, nós brasileiros estudados, com certa estabilidade financeira, estamos na vanguarda das sociedades. Temos assunto para qualquer tema, conversamos polidamente com qualquer pessoa, compreendemos o que é diversidade e, sobretudo, aceitamos as opiniões externas apenas para avaliação do nosso ponto de vista. E isso é muito importante, porque é através deste comportamento que podemos analisar o que nos é interessante fazer ou não, defender ou não, criar ou não, transformar ou não. Deveríamos levar essa condição aos 190 milhões de brasileiros, fortalecendo nossa condição de cidadão. Mas, infelizmente, nosso povo é dividido em dois grandes grupos: aqueles que estão na condição da passividade, sendo massa de manobra política e aqueles que têm compreensão dessas ações, mas que na maioria dos casos (e olha que são poucas pessoas) tem preconceito do “pobre” e suas preocupações não chegam até eles, já que sua vida (daqueles que tem melhores condições, por menores que elas sejam) não sofre os mesmos impactos. Eles não têm preocupação em ajudar a resolver nenhum problema que não os afligem diretamente.” Depois que ela me disse isso, fiquei parada pensando por um tempo... pensando no que eu ando fazendo para ajudar aqueles que tem problemas diferentes dos meus... pensando no que eu poderia fazer para ajudar mais. Cheguei à conclusão de que esse blog é um instrumento e tanto, e que ele pode me ajudar a ajudar. Não que ele seja a única maneira, mas é uma forma interessante. Através dele eu posso passar as poucas coisas que eu aprendi nesses anos, principalmente sobre as questões morais, que em minha opinião são as mais valiosas, que eu aprendi desde o berço. São aquelas que questionam nossos comportamentos e fazem a gente se impor em determinados momentos. São os conceitos que me orientaram sobre as diferenças entre aquilo que é permitido e o que é devido, e me deixou claro que nem tudo o que eu posso, eu devo fazer. E aí, acabei ficando feliz. Acho que levantar questões, apontar novos pontos de vista e debater assuntos que geralmente são desinteressantes é uma forma de ajudar, e essa desde o início foi a proposta com o blog. Ele pode ser o início para alguém que deseja dar o primeiro passo em direção do próximo. Afirmo isso porque dizem que ninguém consegue ajudar alguém se não conseguir compreender seus próprios limites. Então, seguirei tentando escrever e me fazer compreender, achando que assim posso ajudar. Para vocês, que por um motivo ou por outro lêem meus devaneios (alunos amados, não me odeiem!), espero que me compreendam. Saibam que minha ousadia é maior que eu em pensar que talvez você aceite esses pensamentos pelo menos como um exercício de paciência. É, assim você já vai entendendo melhor seu limite de tolerância, conhecendo-se cada vez mais. Nesse instante, quando você aceitar exercitar, pelo menos a sua paciência, voltaremos ao início da conversa, num estágio mais adiante que antes, pois já destes o primeiro passo. E assim por diante. De toda forma, seu maior desafio é achar um jeito de ajudar, mesmo que seja como aquele Beija-flor, que diante de um grande incêndio na floresta não desistiu, carregando em seu pequeno bico uma gota de água por vez, insistindo que pelo menos assim ele fazia a sua parte e sua atitude motivou toda a bicharada que fugia a voltar. Cada um fez o que pode para acabar com o incêndio... Não é que deu certo?! Que tal você encontrar a sua forma de ajudar? Pode lhe parecer pouco, mas com certeza existem pessoas que precisam exatamente daquilo que você pode dar. Já pensou nisso?

domingo, 18 de outubro de 2009

OS DOIS LADOS DA MOEDA


Realmente, cada dia que passa eu acho que a ciência e a religião se aproximam. Fico encantada com alguns programas apresentados no History Channel, que infelizmente é um canal fechado. Esses dias eu estava assistindo uma matéria que falava sobre o comportamento atual da sociedade e traçando um cruzamento com uma característica que, a princípio entendemos como religiosa: a soberba. Contudo, em Yale, uma das melhores faculdades do planeta, cientistas descobriram que essa característica pode estar em nosso DNA e sugerem que talvez, todos os seres humanos estejam “infectados” dela, pois descobriram que os macacos têm genes que definem comportamentos soberbos, fazendo-os supervalorizarem o que têm, o chamado efeito da dotação (percebeu alguma semelhança?), tornando-os orgulhosos do que possuem. Enquanto a religião culpa o “diabo”, a ciência chega cada dia mais perto de respostas claras. A soberba apresenta, de acordo com os estudiosos, duas fases: a soberba autêntica e a soberba obrística. Na primeira ela desperta um sentimento positivo, de busca e de felicidade. Vem da retidão e da constante crença no positivismo, em energias revigorantes dispensadas pelo onipresente. Poderíamos dizer que é a soberba da fé. Aquela que não agride ou diminui ninguém, vem de dentro e é utilizada para a própria pessoa. Conforta e equilibra. A outra vem do orgulho de segregação, de superação de um sobre o outro. Dissipa energia, constrói concorrência insalubre, instala a inveja e um séquito de outras ações menos virtuosas ou como alguns falam: vários outros pecados. Desperta o sentimento de posse. Na atualidade, a soberba obrística chega a ser glamourosa, construindo uma imagem desejada por muitas pessoas. Usam a beleza como elemento de segregação comercial, populacional, romântica e cultural. Alguns, mais gravemente infectados, acreditam que ela, a beleza, é indispensável para se obter boas condições de vida e de procriação. E, como acaba sendo o comportamento da maioria, acaba sendo o comportamento comum. Então, chega a ciência, de mansinho, pra cooperar com a orientação reestruturação social, descobrindo que em determinados comportamentos existem o lado certo e o errado dos comportamentos ideais para a coletividade. Um ajuda, o outro não. Lados da mesma moeda, que a sociedade se viciou em olhar de um lado só. Isso é maravilhoso, não é? Agora nos resta tentar aprender com a tecnologia (neste caso, social) que surge a cada dia e aos poucos, com seu uso, nos tornarmos seres sociais melhores. É um super desafio! Eu, particularmente, penso que devemos nos felicitar das conquistas, mas sem nos considerarmos melhores que qualquer outra pessoa, seja pelo motivo que for. Cada ser tem o seu objetivo, seu propósito e acredito que nada acontece por coincidência. E, sendo assim, diferentes por natureza e fim, te pergunto: como podem existir pessoas melhores e piores? Já pensou nisso?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

COMO AVALIAR UMA PROPOSTA DE EMPREGO?


Conversava ontem com um grande amigo meu, sobre como ele avalia as propostas de novos empregos que recebe. Ele é especialista em RH e tem um cargo de gestão nessa área em uma empresa importante no DF. Me dizia que o bom profissional tem que avaliar a proposta com uma visão além do salário. Ou seja, o que torna a proposta interessante é o conjunto de situações que a empresa coloca para o candidato. Deve-se prestar atenção nas possibilidades de crescimento dentro da instituição, deve-ser ver se seu trabalho poderá ser aplicado na grande parte da sua potencialidade, se o ambiente é favorável, se existe condições de desenvolvimento das ações que você proporia e por ai vai. Achei importante ressaltar essa visão, já que conheço tantas pessoas insatisfeitas com seus respectivos trabalhos e penso que essa é mais uma idéia para tentar solucionar esse problema. O ideal mesmo é ver tudo isso antes de “entrar na barca furada”, já que quando pegamos essa barca, é desgastante ao ponto de nos colocar em dúvida sobre nosso potencial. Sabemos que os dias de hoje não estão fáceis, mas a realidade pode tornar-se ainda mais cruel se você aceita ser escravo da situação. Não estou dizendo isso porque para mim é fácil falar, muito pelo contrário... falo isso por experiência própria. Trabalhar para pagar os estudos superiores não é mole, mas é o caminho que pode que garantir um posicionamento melhor no mercado, que já exige curso superior para vendedores de shopping e penso que devemos encarar essa etapa, do emprego chato e indesejado, como uma oportunidade para pagar sua passagem para seu sonho, aquele de fazer o que você gosta... É fácil? Claro que não! Mas, muitas pessoas conseguiram então você também pode! Enquanto você não puder escolher seu emprego, prepare-se estudando e estude a vida toda se puder e leve os “subempregos” como degraus de uma escada que você está subindo. Depois, quando você finalmente chegar à condição de receber uma proposta enquanto ainda está trabalhando na empresa atual, aplique essas dicas, afinal ele sabe o que diz. Pense nisso!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SABER E FAZER


Estava pensando sobre a situação em que vivemos hoje em dia: violência, acidentes de todo gênero, pobreza, fome e tantas outras calamidades sociais e, claro, como todo mundo, penso em qual seria a saída para isso. Tenho certeza que neste propósito existem pessoas muito mais conscientes, habilitadas e competentes que eu e por isso me pergunto, porque não propõem mudanças? E se propõem, porque elas não acontecem e não chegam sequer ao conhecimento da população? É claro que estas questões podem gerar milhares de respostas, que serão o reflexo do conhecimento individual de quem responde. Então, como encontrar o princípio? Penso eu (expressando todo meu atrevimento publicado continuamente no blog) que ele pode partir de uma máxima que diz que todos nós nascemos sabendo de muita coisa, pois carregamos estas respostas dentre de nós, o que alguns chamam de “centelha divina” e outros preferem chamar “genética”. Então, se nascemos sabendo, porque não modificamos as coisas desagradáveis e tristes? Porque sabemos, mas realmente desejamos a mudança ou fazemos algo para que ela seja possível? Nem todos estão preparados para ouvir... a grande maioria quer falar, mesmo que esse ato não acrescente muita coisa para a sociedade ou para ele próprio. Para executarmos alguma mudança, precisamos estar prontos para ouvir antes de qualquer coisa, assim, conseguiríamos trabalhar em grupo e alcançar o consenso sobre o que realmente importa para a mudança necessária. Antes de falar, se torna necessário o exame das ações praticadas, percebendo o que se faz para definir a profundidade dessas atitudes. Reclamamos da violência, mas no dia a dia não é raro falarmos palavras agressivas no trânsito ou discutirmos grosseiramente e com freqüência com pessoas que convivemos. Precisamos aceitar que a palavra modifica a matéria (já existem pesquisas científicas que comprovam isso!) e, além disso, colocar essa sapiência em prática, ou seja, deixar sair de nossas bocas apenas palavras que não ofendam e além disso, silenciar quando sentir o ímpeto da discussão, para manter a energia equilibrada, evitando brigas. Ainda se controlássemos o instinto maldoso de fazer comentários sobre fulano ou sicrano, também contribuiríamos para a instalação de uma nova realidade. Então a mensagem é: evite falar do que não sabe e se não sabe, silencie. Além disso, as opiniões devem ser bem pensadas, pois podem piorar uma situação, pessoas podem sofrer intimamente dramas que você desconhece... Ok, sei que nada disso é fácil, mas a única pessoa que pode tentar mudar isso pra você, é você mesmo! Cada um de nós tem as habilidades que conseguiu angariar ao longo de muito trabalho, afinal ninguém ganha este tipo de coisa, ou ganha? Pedimos respeito e consideração do próximo, mas o que oferecemos? Será que respeitamos as impotências ou limites dos outros? Será que cooperamos, somos calmos e equilibrados? Ou seja, na realidade queremos do outro aquilo que não oferecemos na grande maioria dos casos. Quanto mais rápido compreendermos essas questões, mais estaremos preparados para instalar uma nova realidade social, que necessita de trabalho amoroso e fraterno, onde cada um se esquece de si para ajudar ao próximo. Você pode me dizer que eu estou sonhando... te digo que para a elevação social que queremos e sonhamos precisamos estar preparados e estamos? Cada um responde por si e só pode ajudar controlando a todo instante o que diz, como age e como reage sobre as situações da sua vida. Controlar o pensamento não é possível, mas aceitar o que se pensa só depende de quem pensa. Então, se queremos mudar a realidade em que vivemos, assim como a das pessoas que amamos, devemos vigiar nosso pensamento, nossa palavra, nossa ação e nossa reação, contribuindo efetivamente para a mudança com menos reclamação e mais ação. Você já pensou nisso?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O QUE VOCÊ CONSOME?


Às vezes fico sem entender porque o ser humano é tão facilmente seduzido por qualquer coisa relacionada ao sexo. É uma avalanche diária de apelações sexuais na vida cotidiana. Vendem perfumes, carros, viagens, roupas, CD, DVD, computador e qualquer coisa que for relacionada ao poder sexual que o objeto trará para o consumidor, mesmo que inconscientemente. Chega a ser impressionante. Quando eu me lembro que esse poder da luxúria é conhecido desde a antiguidade, junto com seus outros companheiros de pecado, cai a ficha do porque disso tudo. Vamos fazer numa breve retrospectiva histórica. Desde os tempos remotos, até meados de 300 d.C, era hábito corrente a realização de reuniões religiosas onde os participantes se despiam, se ungiam (massagem com óleo) e depois copulavam celebrando os evangelhos gnósticos que ainda estavam na bíblia naquele período. Na tentativa de fugir das tentações pecaminosas de Constantinopla, um monge, lá pelos 370 d.C, isolou-se no deserto e começou a catalogar seus pensamentos. Em sua lista final restaram os pecados mais perigosos: ira, gula, avareza, vaidade, melancolia, preguiça, orgulho e a luxúria. Esta última, tratada com mais cuidado pelos monges que se açoitavam e se queimavam para que seus pensamentos se desviassem dos pensamentos luxuriantes. Estes pecados foram assumidos pela igreja a partir do papa Gregório em 590 d.C, que fez uma pequena modificação, reduzindo para 7 pecados, institucionalizando-os como parte da doutrina católica e os evangelhos gnósticos foram destruídos. Instituiu o celibato, de modo que pudesse controlar as atividades sexuais dos monges, além de utilizá-lo como forma de sedimentação do seu poder, evitando a hereditariedade no clero. Paralelamente, criou as 7 virtudes, que deveriam dirigir as populações, passando a dizer que quem não se comportasse daquela forma iria para o inferno, que só para constar, não aparece de forma literal em nenhum momento na Bíblia. Surgem então os demônios, um para cada pecado. Os monges, assim como a população, passam a temer a luxúria mais que qualquer outro pecado. A atitude do papa foi exclusivamente para controle social, pois a sociedade desse período tinha hábitos sexuais desprovidos de escrúpulos, mantendo relações sexuais mesmo em locais públicos. Tanto para os romanos quanto para os gregos o sexo era uma forma de experimentação do corpo que deveria ser provada na sua completude. Em 1320 d.C surge a “confissão” para que o clero pudesse tomar a sociedade pela rédea e imputar penalidades e culpa. No séc. XVI o cristianismo se divide com a reforma protestante: o povo já não aceita tudo o que vem da igreja. Um determinado grupo rejeitou a confissão veementemente e fugiu para a América, de modo que mantivessem puras as regras sociais (sem confissão para redenção) onde não haveria lugar para o pecado e lá, marcavam mulheres adulteras e decapitavam homens infiéis. A partir de 1800 começa a repressão sexual de forma ostensiva. Sexo só no casamento. Todo tipo de variação que não fosse a obtida no casamento era tida como anormalidade. Já em 1920, as mulheres reassumem a identidade sexual que achavam que lhes era de direito. Nos anos 50 com a chegada da pílula um novo modelo comportamental se instala e a partir dos anos 60 as amarras não mais as mesmas. Apesar de todo o esforço das religiões, me parece que não houve muito sucesso na vitória conta esse pecado em especial. Cientistas provam a cada dia que o cérebro humano reage inadvertidamente quando excitado. Demonstram as ações e influências das substâncias no corpo e a dependência emocional que elas causam. Ou seja, quanto mais excitação, menos discernimento para as escolhas. As ressonâncias magnéticas provam isso: quando excitados os corpos redirecionam suas atividades para a finalidade reprodutiva e que se dane o resto! E o que se vê então hoje é uma ode ao sexo. Uma completa manipulação dos desejos dos menos avisados para que eles decidam comprar. É muita baixaria ter que excitar alguém para vender, você não acha? E se isso for aplicado aos seus filhos? Pecado capital? Talvez não seja esse o apelo correto, mas que o combate aos excessos é uma batalha real que deve ser travada todos os dias, lá isso é verdade. Eles são derivados das nossas decisões, que nos afetam diretamente e afetam toda a sociedade. Penso que o equilíbrio é a base de tudo. Cuidado, você pode ser uma mera marionete do mercado. Quero que minhas reações sejam definidas por mim e para meu uso, não manipuladas para realizar o planejamento financeiro de ninguém. E você?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

NOTÍCIAS DO PLANALTO CENTRAL


Enquanto no picadeiro central (sim, porque tudo isso é uma grande palhaçada!) as brincadeiras ganharam alfinetes (Suplicy cobra Sarney em público e ele não gostou nadinha disso!), nos bastidores continua o grande pique-pega. A caçada às provas da visita da Secretária da receita federal a ministra Dilma: Nada foi visto e nada é provado! Como pode? Ninguém consegue nem chegar perto da sala sem mostrar até o contracheque (ahahahah), imagina se não tem registro de quem entrou. Agora, como se tudo isso não fosse suficiente para incriminar os superiores, como forma de apoio, hoje pela manhã 12 funcionários do alto escalão da receita pediram afastamento! Imagino que se fosse algo sigilosamente errado, não estaria na boca e nos ouvidos de 12 funcionários da mesma casa... Sei não. Mas, pode ser um grande blefe, vai saber. De qualquer forma, as discussões por aqui se agravam e começam a fazer movimento nas classes mais afastadas do congresso. Estudantes já se pronunciaram na frente do congresso, evento que foi abafado pela mídia. A pizza mais conhecida do Brasil (a que é servida constantemente no congresso nacional) parece que desta vez será servida fria! Será?!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

RACISTA, EU?!


Biologicamente dentro da espécie dos homo sapiens não existem subespécies, esta é a última afirmação de renomados biólogos. Afirmam que as variações que existem em relação à aparência do homem são, a princípio e na antiguidade, derivadas de adaptações genéticas para uma melhor adaptação em relação ao clima, relevo e modo de vida do homem no planeta terra, pois é sabido que viver no clima tropical é muito diferente que viver na montanha. Diante desta necessidade, a sábia máquina humana rearanjou três variáveis (segundo estes mesmos pesquisadores) para que essa tarefa se tornasse menos complicada. Contudo, esta tarefa não modificou os elementos básicos que caracterizam o indivíduo como “homem”, ou seja, apesar das pequenas diferenças superficiais, somos iguais biologicamente, não há quem negue isso. Temos as mesmas necessidades e funções orgânicas e psicológicas. Dizem ainda, que isso não acontece com os macacos, eles tem mais variações genéticas que os homens, por isso, podem ser diferentes. Considerando estes elementos, me atrevo a afirmar na minha concepção, o racismo é mais que uma questão de preconceito, é uma questão psicológica. Ele reflete o posicionamento sócio-político e cultural, demonstrando claramente os limites de cada indivíduo. Este limite pode sera difrença entre a vida e a morte e uma pessoa, acredite! Uma pesquisa internacional (americana ou Inglesa) mapeou que o corpo de pacientes sofria modificações nos batimentos cardíacos e pressão arterial quando eles eram atendidos por pessoas de diferentes “raças”. Isto demonstra que as questões raciais estão tão enraizadas que necessitam de um trabalho mais profundo, inclusive com abordagem psicológica e familiar, para que possa ser resolvido. As crianças não nascem com preconceito, recebem isto da família que passa a exigir dela um determinado comportamento, o que eles mesmos têm, cheio de preconceito. Então, a luta pela queda do preconceito partirá daqueles que perceberem em si as indicações deste comportamento. Taí uma ótima questão para você pensar, não acha? Você é ou não é racista? Pense nisso!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O NOVO HERÓI

Estava assistindo um filme de super-herói e percebi que no meu tempo, há pouco tempo atrás (lógico!) tínhamos heróis que lutavam para que a sociedade continuasse seu caminho, sem que os planos malignos dos “vilões” conseguissem atrapalhar de alguma forma. Seguravam toda e qualquer tentativa de fazer com que a sociedade ruísse. Tínhamos o super-homem (indestrutível, com uma fraqueza quase inexistente), o batmam (cavaleiro das sombras, com o dinheiro em prol da sociedade), a mulher maravilha (inteligência e beleza a favor da humanidade), o hulk (trazendo a contribuição da ciência) e tantos outros. Hoje, o que vemos são super-heróis que defendem as questões que vigoram na atualidade e que precisam de defesa: a questão das minorias. Isso é muito interessante. Os X-men, os Yug-yo, pokemon, as três espiãs demais, bruxinhos, meninas super-poderosas e por ai vai. Nada mais atual do que a defesa das minorias. Eles trazem à tona questões como o discurso sobre gênero, homossexualidade, a questão racial entre outros assuntos, de uma forma tão sutil que não é raro uma pessoa homofóbica ou racista, por exemplo, adorar alguma estória num desenho animado que claramente faz alusão a esse assunto porque ele não percebeu isso. E assim, nossas crianças tendem a tratar esses elementos como questões naturais. Mas, isso não é suficiente, existem questões que não são abordadas e que devem ser conversadas com as nossas crianças. As famílias não podem se acomodar e deixar a babá eletrônica 100% do tempo com seus filhos. Questões morais, financeiras, morte, higiene, saúde e comportamento sexual entre outras, precisam ser conversadas dentro de casa. A televisão pode ajudar por um lado, mas ela não consegue mostrar tudo e para que a visão da sua criança não seja parcial (aquela que eles querem) você precisa ajudar nisso. Então, não se esqueça de contar estórias para seus filhos, sobrinhos, netos, entiados, vizinhos... As crianças aprendem as coisas por analogia (comparação). Preste atenção naquilo que sua criança está assistindo, não custa compartilhar alguns momentos com ela assistindo um desenho ou um filme que ele goste muito, comente, mostre as sutilezas que talvez ele não tenha percebido. Ajude para que elas tenham boas coisas para comparar, mostre bons desenhos, bons filmes que tragam assuntos importantes para eles. Tenha paciência e converse com o seu futuro. Seja você o novo herói. Pense nisso!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

QUAL É A REALIDADE?

Nesse final de semana tive o prazer de conversar com uns amigos que sempre acrescentam coisas interessantes na minha vida. E, nesse bate-papo sugiram alguns assuntos de tanta importância que eu sabia que teria que trazê-los, pelo menos em parte, para cá. Falávamos da banalização dos elementos da vida em relação, em especial, às crianças e adolescentes que estamos criando. Questões como problemas, morte, beleza, sucesso e cultura estão sendo transmitidas em perspectivas, em minha opinião, preocupantes. Vejamos por que. Ultimamente, a pressão que a exigência da beleza pela mídia faz na vida das pessoas, fez com que grande parte delas perdesse o bom senso. Já não se questiona os riscos de uma cirurgia plástica, a preocupação é o quanto se deve pagar e quanto tempo dura o restabelecimento e, por isso, somos campeões de plástica, aceitando até mesmo “pseudo-profissionais”, que na tentativa de enriquecer mesmo sem saber como, deformam as pessoas com suas “técnicas” inventadas. Outro assunto interessante que se pode perceber é a fuga dos problemas. Percebemos que a sociedade não está disposta a enfrentar os problemas que ela tem. A glamourização de coisas que não estão e nunca estarão no seu universo fez com que pessoas e mais pessoas virasse sua atenção às coisas menos importantes do que as soluções dos problemas que giram ao seu redor, por exemplo: temos muitas pessoas passando fome e frio no Brasil, mas um programa de televisão tem muito mais atenção. Uma novela conta uma estória de ficção, que nem de longe trás alguma semelhança com a realidade nua e crua, as pessoas não querem ver pessoas normais na tevê, nem verem a realidade que bate à sua porta, quer ver pessoas lindas, que moram muito bem, que comem muito bem e que vivem muito bem. Assim, os programas manipulam, até mesmo sem querer, os sonhos daqueles que no desespero de fugir da sua própria realidade, não percebem que o que realmente importa para a vida deles não está sendo discutido. Passam na TV muitos programas, peças publicitárias e outros que reforçam muito a importância do dinheiro, do sucesso e da beleza, que não se importam com a realidade da população. A cultura que por sua vez não tem acesso aos recantos pobres da população, através da sua própria expressão popular verdadeira, explodiu as paredes revestidas da sociedade burguesa e divulga o esplendor de suas personalidades... créu.... créu, que diz nas entrelinhas: “eu não entendo o que se passa, mas eu consigo me divertir mesmo assim”. As crianças, nessa realidade destorcida, não compreendem que problemas, morte, aparência normal, trabalho normal e vida mediana fazem parte da realidade que provavelmente incluirá a vida dela. Elas querem tudo o que cresceram vendo de na TV, “se ele tem, por que eu não tenho?”, não existe ninguém para explicar que aquilo é um faz de conta. E, na incompreensão disso se dispõe a carregar um fuzil em prol do seu sonho. Esse é o Brasil que estamos construindo, com um glamour falso, com um sucesso falso, com uma beleza falsa e com uma cultura falsa. Será que o Brasil poderá ser menos corrupto?! Pense nisso.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ONDE ESTÁ O SEU CANDEEIRO?


Ouvi uma parábola bíblica que achei muito interessante e importante. Ela dizia que uma candeia não pode ficar embaixo da mesa, a candeia tem que ficar no candeeiro, numa posição onde sua luz alcance todas as pessoas que precisem dela. Concordo totalmente com ela e acredito que toda luz é válida. Contudo, paradoxalmente, hoje também percebi que, talvez, nem todas as pessoas estarão dispostas a aceitar as fagulhas da luz do seu candeeiro. Algumas podem achar que ele não é grande o suficiente para iluminá-las, outras podem não acreditar que a luz do seu candeeiro possa fazer alguma diferença. Isso talvez te desestimule e faça você pensar que todo mundo vai agir assim. Então, pra que se preocupar com isso? Para que pensar onde o seu candeeiro está, se ainda assim algumas pessoas vão desprezá-lo? ISSO NÃO É VERDADE. Talvez o seu candeeiro não seja o mais adequado para uma pessoa, mas se ele iluminar uma pessoa que seja, além de você, te mostrará que o seu propósito valeu a pena. Não se deixe abater pelas incompreensões das diferenças, pois nem todas as pessoas te compreenderão sempre. Mas, siga firme no seu caminho, busque a verdade que é aquela que te orienta e não te impõe o que fazer. Com as orientações você vai ter que pensar. Vai ter que raciocinar para encontrar o que é melhor e o que é mais correto. Prefira orientações a imposições. Questione sempre e apesar de tudo, mantenha seu candeeiro na posição que distribua melhor sua luz. Pense nisso!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

PERMITA-SE

Hoje aconteceu algo que me deixou muito feliz: uma conversa franca com uma amiga. O conteúdo da conversa pouco importa e sim a possibilidade de abrir o coração para alguém especial! Ultimamente tenho percebido que “aqueles flashes de felicidade”, que eu comentei na mensagem para as mamães, estão ocorrendo com bastante frequência na minha vida. Ai, você até pode pensar: “nossa, porque acontece com ela e não acontece comigo?”, não é?! Vou te contar meu segredo: já há algum tempo venho observando os presentes que a vida me deu! Isso inclue minha própria vida, meus familiares amados, meus amigos preciosos, tantas flores no meu caminho (tem muita árvore com flores em Brasília, especialmente nessa época do ano), com um beija-flor que “bebe” nas flores que ficam na frente da minha janela, com minha cadelinha meg, que é tão doce, com as nuvens e com o céu de Brasília, até mesmo com as lições que a vida me dá e com tantas outras coisas que eu poderia ficar aqui mais algum tempo só citando todas elas... Então, no final das contas eu percebi que a minha felicidade está mais freqüente porque aprendi a observar outras coisas além das minhas miudezas. Verdade! Por isso a conversa de hoje, entre minha amiga e eu, me encheu o coração de felicidade, porque hoje em dia não está muito fácil ser franca eu ter alguém franco conversando com você, não é verdade?! Você também quer isso pra você? Então, primeiro permita-se abrir seu coração para as coisas que pensa que são pequenas e que na realidade são gigantes, assim como é necessário começar a olhar para fora de você e aceite isso como verdade, pois é sabido que o maior espetáculo que existe na terra acontece quando a maior parte da platéia ainda dorme: o nascer do sol! PENSE NISSO...

terça-feira, 12 de maio de 2009

SEGURANÇA x EDUCAÇÃO


Nosso país é muito interessante. Quando digo país, me refiro ao governo e ao povo. Veja bem, é o povo que escolhe o governo que o representará durante um determinado tempo. Contudo, por uma série de questões, escolhe pessoas que não compreendem exatamente o significado da palavra sociedade. E, por isso, acabam escorregando no poder e imprimindo uma característica pessoal ao seu mandato. Infelizmente não aproveitam a oportunidade de trabalhar para e pelo povo. Dentro desta realidade, pode-se concluir que este mesmo povo não sabe escolher corretamente seus representantes. O que poderia combater essa situação? Apenas uma “coisa”: EDUCAÇÃO. É ela a capaz de fazer a sociedade perceber quais são as reais prioridades e quais as melhores opções para representar o povo. Estamos numa situação caótica, que se aplicam as forças e o dinheiro público na contensão de rebeliões desconexas, que representam, no seu âmago, o egoísmo daqueles que não tiveram a mesma oportunidade e, com esta justificativa, erram da mesma forma que os seus representantes, se apropriando do que não é seu. Geram violência e nesta posição “pegam” o que querem, mesmo que na sua visão isso inclua pessoas (estupro, rapto, seqüestro...), o que para eles isso não chega a ser nem ao menos estranho. Assim, temos um governo que acaba se preocupando mais com a violência, injetando muita verba pública na segurança, quando o mais pacífico e sensato seria investir na educação. Essa situação é muito cômoda para os déspotas que se aproveitam da fome e da miséria de muitos para encher seus bolsos com dinheiro. É, aquele mesmo que ficará depois que ele morrer! E mesmo assim eles deixam que pobres morram de fome! Apesar desse quadro lastimável, o que encontramos nos bancos da grande maioria das escolas são pessoas desestimuladas a aprender. Estão preocupadas com a fome que bate em sua porta, não têm tempo para pensar. Pensar pra que, se o que enche a barriga é o dinheiro? Estudar demora muito tempo. Existem outras formas mais rápidas de ganhar um bom dinheiro. É paradoxal isso, veja um exemplo: quantas crianças desejam ser jogadoras de futebol? Milhares. Agora pergunte quantas desejam ser professoras? Garanto que pouquíssimas, se houver alguma! É melhor sonhar com o mais improvável e mais distante, que não precise estudar, do que com o normal, mediano, mas que precisa de certa quantidade de estudo. Não é necessário desmerecer o esporte, mas é URGENTE valorizar a educação. Afinal, colhemos o que plantamos e o que temos hoje é resultado da nossa plantação de ontem. Pense nisso!

sábado, 9 de maio de 2009

A REAL FELICIDADE NO DIA DAS MÃES


Estava pensando sobre a felicidade... O que você entende exatamente por felicidade? Aquela amiga minha, que já fez participação especial por aqui algumas vezes sem saber, me disse que não existe felicidade, existem momentos felizes, eu concordo e você? Concordo por que não somos felizes ininterruptamente, não somos felizes com absolutamente tudo o que acontece na nossa vida, nem na vida de quem a gente ama. Se formos comparar a felicidade com uma linha contínua, perceberemos que ela é interrompida várias vezes por aqueles momentos que gostaríamos que não existissem. Ou seja, se fosse uma linha então, seria formada por momentos felizes e momentos para reflexão (melhor chamar assim, não?!). E, o maior agravante: como são momentos, são flashes de felicidade! Aí, para completar, recebi um e-mail que dizia que na realidade o que conta mesmo são as reações que a gente tem diante das situações do dia a dia. Que conforme agimos, decidimos como será o resto do nosso dia. Para mim, mais uma grande verdade! Se a irritação acontece diante de um fato simples, o que pode acontecer com fatos um pouco mais complicados? Temos que respirar fundo, pensar duas vezes, lembrar que felicidade é apenas um flash! A propósito, dizem que é mais fácil você encontrar o tal flash num sorriso, num abraço, numa conversa amiga e reconfortante, do que em “coisas” materiais, pra mim funciona bem isso... E, ainda, quem já chorou é que sabe realmente sorrir, pois temos o hábito de dar valor ao que temos somente depois que perdemos, não é geralmente assim? Pois é... Então, aproveite o dia das mães como uma oportunidade de abraçar suas raízes, reencontrar suas bases e diante delas refletir sobre sua existência. Se ela não estiver próxima, pense nela, nas exigências que costumava fazer, nas bondades que costumava disfarçar... Pense nela e agradeça, agradeça a Deus! E ainda, se por acaso você não teve uma mãe por perto, lembre-se daquela pessoa que mesmo por um momento te ofereceu o ombro ou um leito, um apoio ou um conselho, pense nela e agradeça, agradeça a Deus! E depois que você tiver pensado nessa pessoa, imagine eu te dizendo: FELIZ DIA DAS MÃES, mesmo se você for homem! Pois, mãe é um dos flashes de felicidade mais fortes e constantes na vida das pessoas e contagia, por isso damos o ombro, apoio, conselhos e amor pra quem nem mesmo conhecemos. Então, fortaleça seu flash de felicidade, seja mais feliz e privilegie a “raiz de mãe” que existe dentro de você! Pense nisso!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

"PANTA REI"



Este é um trabalho impressionante dos monges budistas que fazem as mandalas de sal colorido. Feitas com o maior cuidado e com a maior dedicação, elas são desmanchadas logo depois de prontas para demonstrar a transitoriedade das coisas na vida, mesmo que elas exijam o maior esforço. Assim é que nós devemos encarar o dia-a-dia. E sempre prontos para começar tudo de novo, se preciso for. Perca o referencial de vez em quando. Saia de sua zona de conforto. Dê oportunidade ao imprevisível. Nada é mais certo do que a incerteza. As coisas têm o valor que nós damos a elas. " Panta Rei" é uma expressão do pensador Heráclito, que significa TUDO MUDA ( tudo flui, nada persiste ) - e ele usava como metáfora filosófica pisar num Rio , que um milésimo de segundo depois de pisado, o rio já não era mais feito da mesma água. Permita-se fazer coisas diferentes, permita-se experimentar. Mude algumas coisas, mas sempre pense!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

PASSIVO OU PACÍFICO?


Uma querida amiga, um dia me disse, que existe uma diferença muito grande entre ser pacífico e ser passivo. Disse-me que ser pacífico é tratar das situações sempre com brandura e tranquilidade sem perder o foco. Que não é necessário perder a calma para que seja resolvido um problema, por exemplo. Disse-me que podemos se firmes sem ser rudes ou impacientes e ainda assim, conseguir gerenciar, controlar e manter o foco em alerta.
Ser passivo, por outro lado, é deixar que as coisas aconteçam sem a sua anuência ou concordância. Você não questiona e nem faz participação das suas idéias e necessidades nos fatos. Simplesmente as aceita da forma que acontecem.
Esta diferença parece sutil, mas é de extrema importância para você, enfim, conseguir perceber os seus limites. Aqueles comentados no texto anterior. Pois se você não conseguir perceber os seus limites claramente, não conseguirá fazer esta separação tranquilamente e o que poderia ser uma gentileza da sua parte, poderá se tornar um estopim de uma crise de nervos, o que não é a intenção.
A pacificidade é o treinamento dos seus limites. É o meio de colocá-los em prática, de exercê-los e talvez, de ampliá-los. Será através do exercício paciente que se poderá perceber quais são realmente as suas necessidades e suas prioridades. Contudo, é também através dele que você poderá sentir que as mesmas prioridades e necessidades já não fazem tanto sentido como outrora. E esta será a “brecha” para você tomar as “rédias” do seu temperamento e, quando você conseguir fazer isso, você abrirá as portas de um novo horizonte...
PENSE NISSO.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

ENTRE DUAS PESSOAS


Você está acompanhando meu raciocínio desde o início? Espero que sim, ficará mais fácil de me entender. Pegando o gancho do equilíbrio comentado ontem, que foi levado para o relacionamento social, entre o eu – indivíduo e o nós – sociedade, pensei sobre a relação entre o eu – indivíduo com outro indivíduo.
Tem um tempo que eu tento me libertar das amarras da “posse”, mas é muito difícil! Queremos que as pessoas que amamos ajam como agimos, pense como pensamos e faça o que nós fazemos. Como podemos querer isso? Afinal, somos diferentes, temos estórias diferentes, crenças e idéias diferentes, isso sem questionar as diferenças morais e as de caráter religioso.
Por que desejamos isso? Quais os elementos que não conseguimos digerir para que essa realidade seja claramente identificada? Digo isso porque sei que não somos somente nós, simples mortais, que passamos por essa dificuldade, quase todos passam, pensadores, cientistas, religiosos, e todos os demais.
Talvez seja uma questão de auto-responsabilização? Não sei, penso que só em pouquíssimos casos. Talvez uma carência traumática? Em alguns casos sim... Mas, a grande maioria tem uma estória de vida comum, sem grandes tragédias ou fatos tão singulares. E nesses casos, o que justifica esse sentimento? Porque não podemos conviver com a diversidade de sentimentos, de jeitos, de humores? Porque somos tão cartesianos nesse sentido? Porque é mais fácil compreender o simples do que o complexo, talvez.
“Parar para pensar nas ações dos outros, quanta impropriedade!” me diriam alguns. Mas, se não compreendermos que todas essas diferenças geram comportamentos diferentes e que eles, vão desembocar num limite individual, que definirá que cada um só dá o que pode dar (a quantidade de amor, de compreensão, de companheirismo, tolerância, de humildade, se seriedade, de solidariedade e tudo o mais) não compreenderemos nunca porque alguém faz algo diferente do que fazemos. Essa é uma das verdades mais libertadoras para o ser humano que eu conheço, na minha pequenez, claro!
Pense comigo: se eu compreendo que fulano de tal age assim, tão diferente de mim, por “isso e por aquilo”, ou seja, porque ele enxerga o mundo assim, não sou eu que vou mudar, porque essa mudança vem de uma intenção íntima, então, ou lido com isso ou procuro novos “pares” ou morro de desgosto tentando fazê-lo mudar! Não é assim?!
Simplifiquemos nossas vidas! Pensem nas diversidades e tudo o que isso significa. Cada um é um produto de uma matriz com muitíssimas variáveis. Por isso temos irmãos dentro de casa que são tão diferentes de nós, mesmo tendo a mesma família e a mesma criação.
Aceite o seu limite e o limite dos outros!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PENSE MUITO ANTES DE AGIR


O LEITOR


São 23.49h do dia 13 de abril de 2009 e eu acabei de ver um filme, o Leitor. Fiquei pensando qual a real justiça que existe na nossa cabeça, no nosso sistema legal e nas nossas vidas.
O filme conta a estória de uma das carcereiras dos campos de concentração nazista, um pouco da sua estória pessoal, o julgamento do seu envolvimento nos casos nazistas e o desfecho da sua estória pessoal.
Fato é que, depois de ver todo o filme, com a condenação e auto execramento da personagem pelo orgulho[1], que talvez alguns digam que tenha sido pela exígua estima, fiz uma analogia entre o pensamento de justiça empregado naquela situação com algumas situações corriqueiras do nosso dia a dia.
Comparei os seguintes fatos: ela era funcionária do governo, sem autonomia para questionar ou propor novas formas de empenho nas funções que lhe eram dirigidas e também lhe consta a peculiar característica da grande parte da população que vive no seu mundo particular: a falta de interesse em saber o porquê das coisas, a falta de interesse pelas conseqüências das atividades desempenhadas, o total desinteresse pelas causas de problemas que possam ser geradas pela saciedade da sua pessoal necessidade. Ela desempenhava simplesmente as tarefas definidas pela chefia. E era competente no que fazia. Realizava exatamente o que era pedido. Era paga para não pensar. Contudo, seu julgamento questionou exatamente isso, como pode alguém realizar tais tarefas? Como pode alguém deixar prisioneiros morrerem queimados ao invés de deixá-los fugir? Mas, não era essa a atividade para a qual ela foi contratada? E, foi selecionada exatamente porque desempenharia fielmente as atividades atribuídas a ela?
O questionamento aqui não é sobre direitos humanos. O posicionamento é sobre a responsabilidade dos atos. Você deve se achar muito justo, não é? Normalmente, a maioria das pessoas leva uma vida normal, regrada, dentro da lei. Mas ai vem a grande questão: será suficiente? Qual a diferença entre você e a Hanna? Você pode até tentar se defender, dizer que você não cometeu crimes de guerra, que não é condenado por assassinar 300 pessoas, dizer que você vive seu dia a dia sem agredir ou prejudicar ninguém. Que você faz sua parte, seu trabalho que é pago para fazer. E é ai que eu te pergunto: será que o que você faz agora, porque é pago para fazer e você o faz sem questionar, não pode te definir como co-autor de situações que levem você futuramente a um tribunal? Claro que não, deverá ser a sua resposta, afinal, você só faz o seu trabalho. Mas, como trabalhamos para um governo que em grande parte é corrupto, que tem uma despesa muito superior a sua receita, que não consegue oferecer para a sua população seus diretos básicos de vida e em contrapartida, oferece salários e benefícios valiosos para congressistas que não conseguem desempenhar sua função com apropriada eficiência talvez não possamos ter tanta certeza. Sua população é pobre. Seu povo passa fome e sede. Dormem em taperas de pau a pique. São ignorantes, pois ainda aqueles que alcançam a educação, não percebem que ela é camuflada por toda a sua estrutura e sistema. Ela não educa, ela adestra. E você, como funcionário é conivente a isso.
Ou trabalhamos em empresas que inflacionam seus preços buscando ganhos de 100% ou mais. Empresas que não se preocupam com a perpetuação ou com a saúde financeira do mercado, porque não sabem sequer o que isso significa. A preocupação é retirar o que investiram na empresa em tempo recorde e em ganhar o máximo que puder, afinal não tem certeza se estarão abertas amanhã. Mas, se essa esperança existir, que seja pra ganhar mais. Mesmo que seja à custa de uma população pobre, que tenha que escolher entre comer ou ter dinheiro para ir para o trabalho. Entre trabalhar ou ir ao médico.
Pergunte-me porque esse devaneio. Responderei-te que para mim não existe diferença entre ser funcionária nos campos de Auschwitz ou ser funcionário em qualquer uma dessas outras opções. A diferença entre elas é que os campos de concentração o resultado foi rápido, nos outros o resultado é lento e talvez, por isso mesmo, mais cruel. Pode-se contar entre 700.000 e 1.400.000 de pessoas mortas durante o terceiro Reich entre 1933 e 1945. Talvez este seja o grande impacto. Mas, pense: somos 193.000.000 de brasileiros, os impactos à longo prazo podem e devem ser muito mais devastadores. Quantas pessoas já morreram de fome, pela violência, pelo descaso na saúde?
Questione-se se suas atitudes e atividades do dia a dia podem, futuramente, te levar ao tribunal por “simplesmente realizar sua tarefa”. Será que ninguém poderá perguntar pra você como você teve coragem de escolher fazer “isso” mesmo tendo tanta gente morrendo de fome, ou “aquilo” com tanta gente morrendo sem atendimentos nos hospitais, ou ainda “esta atitude” sabendo que milhares de famílias poderiam estar morando em casas e não embaixo de lonas. Apesar de você estar simplesmente fazendo o seu trabalho, sem condições de discutir o que e como fazer. Ou mesmo, sem as informações necessárias para entender o “plano” superior que envolvia a sua tarefa, afinal, nem todo chefe é santo.
Não estou defendendo a atitude da Hanna, nem mesmo reduzindo a sua culpa. Também não estou querendo dizer que você é um criminoso ou que todos os crimes são exatamente iguais. Estou simplesmente me questionando sobre nosso sistema de julgamento pessoal, que para mim, depois desse filme, passa a ser muito mais sério e profundo. Passo a questionar minha cooperação nessas calamidades sociais através da minha passividade ou da minha ignorância sobre os movimentos que causam essas desigualdades. Passo a pensar sobre o que faço ou deixo de fazer, que colabore com toda essa situação calamitosa: Fome, miséria, frio, abandono, pobreza, ignorância e adestramento e, a partir disso, divido este pensamento com você.
A justiça que esperamos existir um dia, me desculpe pluralizar, mas imagino que seja essa a reação instintiva do homem, permeia todos os atos, os grandes e impactantes, como os de Auschwitz, os grandes e mascarados como os do Brasil, os pequenos e discretos como o desvio de uma pequena quantia da verba de um projeto ou a pequena e discreta inflação nos produtos que você comercializa ou ajuda a comercializar. Qual é mesma a diferença? Eu não consigo encontrá-la.
Estamos na era da informação e isso traz uma grande mudança. Não cabe mais o não saber. Não é lícito você simplesmente fazer o que te mandam fazer. É necessário mais, necessita-se do pensamento processado. Precisa-se de pensadores. Pensar para agir e agir para muitos, este é o novo lema.
E, indo de encontro a esta nova necessidade que pode ser enquadrada pela moralidade, pela humanização das atividades, pela solidariedade, pela fraternidade e caridade todas acompanhadas de informação e cultura, estão os novos perfis sinalizados cada dia mais pelo mercado de trabalho. Empresas sérias e consistentes, públicas ou privadas, procuram pessoas conscientes e capazes de articularem e defenderem novas posturas. Procuram colaboradores eficientes, não só competentes.
Então, finalmente eu te pergunto: o que é justo pra você? Será que realmente você não corrobora indiretamente com nenhuma das injustiças que aplacam tantas pessoas nesse nosso imenso país? Será que você pode afirmar, como toda a certeza que, nunca ou jamais seria chamada para um julgamento onde nele seria atribuída a você uma parcela de culpa pelos resultados, mesmo tendo você somente cumprido ordens? Pense nisso. Não seja culpado por tanto sofrimento.
Como fazer isso? Leia, pense, estude, questione, vá atrás dos princípios dos movimentos que você faz parte, compreenda o mercado da empresa que você trabalha, preocupe-se com o próximo, ajude, não aceite a aparente regularidade da sua vida simples, aceite a complexidade da vida em sociedade. Preocupe-se com os efeitos das suas atitudes, no curto, no médio e no longo prazo, tanto para você e para os seus entes queridos quanto para aqueles que já não são tão favorecidos quanto você. Tente melhorar a vida de quem sofre, assim, sua vida automaticamente será melhorada.
Não pense que tudo isso é bobagem, pense que isto é uma precaução a tudo o que possa vir a acontecer, afinal, os nazistas imaginavam que seriam os donos do mundo e gerariam uma nova raça humana e não condenados por atrocidades e crimes contra a humanidade, que levaram muitas pessoas envolvidas neste movimento ao banco dos réus.
Futuramente isso poderá ser aplicado a situações que para nós, hoje em dia, são somente crises ou problemas, mas poderão ser também considerados crimes contra a humanidade ou atrocidades. Não corra o risco de você ter que sentar no banco dos réus pelo mesmo motivo que a Hanna sentou: passividade, ignorância e adestramento.




[1] Digo auto execramento e orgulho porque ela foi condenada à perpétua porque não quis se declarar analfabeta diante do tribunal, fato que a teria favorecido na sentença, já que as demais culpadas foram condenadas a 4 anos e pouco e ela, por ter ocultado isso, condenada a prisão perpétua.