segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ANO NOVO!


O ano de 2010 está no fim. Estamos todos preparando a recepção do ano novo: alguns viajam, outros ficam em casa, alguns sozinhos, outros acompanhados, mas sem exceção, todos na expectativa de que o ano que entra pela nossa porta possa trazer boas notícias, felicidade, saúde e paz. E, indistintamente ao modo que você recepcionar seu ano novo (com ou sem festa, com ou sem companhia), ele chega para todos com as mesmas possibilidades e com as mesmas chances. Você pode se perguntar: então porque meu ano não foi tão bom quanto o de fulano ou de cicrano? Eu te contaria o seguinte: duas fazendas, vizinhas de cerca, tiveram neste ano produções e produtividades muito diferentes. A primeira teve seu solo cuidadosamente estudado, nutrido com os minerais que foram identificados necessários, arado com amor e cuidado, irrigado na medida certa, semeado com as devidas quantidades e distâncias. Ou seja, seu proprietário investiu tempo, dinheiro e cuidado na preparação da sua lavoura. A segunda, por sua vez, dona de um solo fértil, tal como o de sua vizinha, ficou como estava, limpa, aguardando o momento de sua semeadura. Seu dono entendia que por ser fértil, ela não necessitava de qualquer cuidado, pois uma terra preta daquelas já vem com tudo o que precisa, é só jogar a semente que ela dá. Durante esse tempo de preparação, o dono da primeira estudou atenciosamente o que deveria ser plantado em sua terra, pois lhe ocorrera que talvez estivesse no momento de mudar. Qual o tipo de produto que se beneficiaria com suas características naturais e qual o trato específico desse produto, ou seja, como ele deveria manusear as quantidades de água, luz, nutrientes específicos e instrumentos de trabalho. Tendo decidido qual a semente que seria jogada no solo, ele foi em busca de uma semente especial, que merecesse receber o aconchego daquela terra tratada e aconchegante, úmida e cheia de alimento. Durante o mesmo prazo, seu vizinho não estava, tinha viajado durante o prazo de pré-semeadura. Queria descansar antes de começar o “batidão” da plantação. Chegado o período propício, plantaram suas sementes da mesma forma, ambos com a mesma tecnologia. Com o passar do tempo, as plantações foram apontando suas singularidades. A primeira crescia rápido, verde, brilhosa. A segunda, nem tão rápido, nem tão verde, nem tão brilhosa. Curioso com o que pudesse ser aquela diferença, o vizinho fez uma visita na fazenda do lado. Queria saber por que aquela plantação era tão diferente da sua. Para sua surpresa, seu colega tinha mudado totalmente de semente. Antes, os dois plantavam mandioca, agora seu vizinho planta mamão. “como assim mamão? Todo mundo sabe que nessas terras dão mandioca”. Chegando a colheita, ambos recolheram os frutos da terra para sua devida comercialização. O primeiro, colheu, tratou, embalou e vendeu seu produto. Ganhou bem, pois o mercado lhe pagou bem pelo serviço, pois além de ter um valor agregado, ele vendeu para o mercado internacional, que lhe pagou em moeda valorizada. Ou segundo, colheu suas mandiocas, que colocadas em caixas plásticas retornáveis, eram vendidas no SEASA da cidade mais próxima. O segundo fazendeiro ficou indignado. Não conseguia entender como ele não tinha ganhado tanto, pois seu vizinho desfilava com carro novo e andava muito feliz. Diante das reclamações indignadas que duraram alguns meses, sua mãe, uma velhinha de 90 anos lhe disse: “meu filho, a terra dá o que se planta. Mas, se você ajudar, ela pode dar muito mais!” ele sem entender perguntou: o que a sra. quer dizer? “seu vizinho alimentou a terra, banhou e deixou a terra respirar. Ele entendeu que se plantasse algo diferente, a planta sugaria outros alimentos da terra, diferentes daqueles que há anos já sugava e que ela quase não tinha mais e escolheu as melhores sementes, para que a árvore fosse vistosa e árvore boa dá bons frutos, meu filho. Venho te dizendo isso há tempos, mas você não me escuta.” O fazendeiro, triste, baixou a cabeça e aceitou a sentença de ser um mau usuário de suas próprias terras. Então, para não correr o risco de ser o segundo fazendeiro, aproveite a virada do ano, pare e pense: Que usuário de você mesmo, você quer ser? Como andam suas terras? Estão bem nutridas, irrigadas e aeradas? Quais as sementes você vai plantar, são de boa qualidade? O mesmo se aplica para o que já foi feito até aqui. Os resultados são reflexos dos movimentos feitos. Pense em como estava sua terra quando plantou para colher o que colheu. Pense na semente que você semeou. Pense na quantidade de nutrientes e de água que você ofereceu para a sua semente. O sucesso é um conjunto de fatores. Pense neles para o seu ano que vem, faça uma análise realista do que você tem oferecido e o que você deseja alcançar. O resultado normalmente é matemático e lógico, pense nisso! Um bom natal para todos e um feliz ano novo, cheio de realizações, saúde, paz e que a percepção de todos nós possa ser afinada, nos possibilitando ouvir melhor e ver melhor o que na maioria das vezes passa despercebido. Um grande abraço.