quinta-feira, 27 de outubro de 2016

PARADOXO SOCIAL BRASILEIRO



Acho dolorido demais o paradoxo que estamos vivendo no Brasil: de um lado, a situação econômica e política que destroça as pequenas possibilidades do povo ter uma vida com o mínimo de dignidade, que passa necessidades dos direitos básicos que são assegurados pela Constituição Federal e que há muitos anos não são atendidas, gerando uma “sobrevida” com fome, frio, falta de educação e insalubridade. Do outro lado sua necessidade de “celebrar” a vida. Brasileiro é festeiro sim! É um povo alegre, de natureza extrovertida e que além de não reclamar de quase nada, é adaptável. Isso é lindo. Mas, até que ponto essa “característica” não é fruto dos antolhos que foram colocados nos brasileiros a partir do momento em que desestruturaram a educação brasileira. A indústria da Endorfina (hormônio que gera alegria) é a que mais cresce no país. Vemos festas, shows, eventos pra todo lado. Não entendo como, numa crise dessas, as pessoas gastam dinheiro com isso, sinceramente. Parece que ninguém tem problema financeiro. Acho interessante, porque a inadimplência vem fechando as portas de muitos negócios por ai. Estamos numa situação em que não cabe comemoração, infelizmente. Não tem o que comemorar... “ah, vamos comemorar a vida!” Neste momento, isto é tão somente um ato hedonista, individualista e completamente alienado. É isso que eles querem: que a gente beba, que a gente sorria e que nada cause tanto sofrimento que gere uma reviravolta nesse país. Querem todos passivos e adormecidos nas suas conchinhas, mas o que precisamos é mostrar nossa indignação! Não sou contra laser, de jeito algum, mas é preciso discernimento. Estamos à beira de um colapso econômico, com empregos em queda, num caminho perigoso, guiados por quem está muito seguro e sem a preocupação sobre o caminho que leva todo mundo, mas o povo não percebe isso. E continua desfrutando do pão e circo.  Quem tem uma vida razoável não sente nada por aquele que tem uma vida miserável. Quem não passa pelas atrocidades causadas pela gestão pública, não sente nada. E por ai vai, isso é muito triste. Convido você a pensar um pouco nessas coisas. Pense se você estivesse passando por algum problema desses, como se sentiria? O sentimento é de desolamento e abandono. Porque, quase ninguém se preocupa com você do jeito que deveria se preocupar. A coletividade está fora de moda. Ainda há tempo de nos sintonizarmos com essas “feridas” e buscar ajuda um do outro, para que, realmente, juntos consigamos. E só será possível assim. Está na hora de parar de bancar @ desentendid@ e perceber o universo ao nosso redor, afinal, ele não gira em torno do nosso umbigo.