segunda-feira, 29 de junho de 2009

QUAL É A REALIDADE?

Nesse final de semana tive o prazer de conversar com uns amigos que sempre acrescentam coisas interessantes na minha vida. E, nesse bate-papo sugiram alguns assuntos de tanta importância que eu sabia que teria que trazê-los, pelo menos em parte, para cá. Falávamos da banalização dos elementos da vida em relação, em especial, às crianças e adolescentes que estamos criando. Questões como problemas, morte, beleza, sucesso e cultura estão sendo transmitidas em perspectivas, em minha opinião, preocupantes. Vejamos por que. Ultimamente, a pressão que a exigência da beleza pela mídia faz na vida das pessoas, fez com que grande parte delas perdesse o bom senso. Já não se questiona os riscos de uma cirurgia plástica, a preocupação é o quanto se deve pagar e quanto tempo dura o restabelecimento e, por isso, somos campeões de plástica, aceitando até mesmo “pseudo-profissionais”, que na tentativa de enriquecer mesmo sem saber como, deformam as pessoas com suas “técnicas” inventadas. Outro assunto interessante que se pode perceber é a fuga dos problemas. Percebemos que a sociedade não está disposta a enfrentar os problemas que ela tem. A glamourização de coisas que não estão e nunca estarão no seu universo fez com que pessoas e mais pessoas virasse sua atenção às coisas menos importantes do que as soluções dos problemas que giram ao seu redor, por exemplo: temos muitas pessoas passando fome e frio no Brasil, mas um programa de televisão tem muito mais atenção. Uma novela conta uma estória de ficção, que nem de longe trás alguma semelhança com a realidade nua e crua, as pessoas não querem ver pessoas normais na tevê, nem verem a realidade que bate à sua porta, quer ver pessoas lindas, que moram muito bem, que comem muito bem e que vivem muito bem. Assim, os programas manipulam, até mesmo sem querer, os sonhos daqueles que no desespero de fugir da sua própria realidade, não percebem que o que realmente importa para a vida deles não está sendo discutido. Passam na TV muitos programas, peças publicitárias e outros que reforçam muito a importância do dinheiro, do sucesso e da beleza, que não se importam com a realidade da população. A cultura que por sua vez não tem acesso aos recantos pobres da população, através da sua própria expressão popular verdadeira, explodiu as paredes revestidas da sociedade burguesa e divulga o esplendor de suas personalidades... créu.... créu, que diz nas entrelinhas: “eu não entendo o que se passa, mas eu consigo me divertir mesmo assim”. As crianças, nessa realidade destorcida, não compreendem que problemas, morte, aparência normal, trabalho normal e vida mediana fazem parte da realidade que provavelmente incluirá a vida dela. Elas querem tudo o que cresceram vendo de na TV, “se ele tem, por que eu não tenho?”, não existe ninguém para explicar que aquilo é um faz de conta. E, na incompreensão disso se dispõe a carregar um fuzil em prol do seu sonho. Esse é o Brasil que estamos construindo, com um glamour falso, com um sucesso falso, com uma beleza falsa e com uma cultura falsa. Será que o Brasil poderá ser menos corrupto?! Pense nisso.