Reclamamos
da violência do dia a dia, das notícias desagradáveis, das pessoas desonestas,
dos preconceitos, das incompreensões das nossas necessidades, da falta de
paciência dos outros, dos maus atendimentos que recebemos, do desamor nos
relacionamentos, das amizades que desapontam, a família castradora e de tantas outras
querências, mas não percebemos que a cada dia, alimentamos essa realidade brutal com nossas atitudes . Você acha que não? Então acompanha comigo: quando você
está com problemas, você permanece paciente? Seus problemas amorosos, são todos
responsabilidade do outro? Seus amigos que te decepcionaram, você os conhecia
bem ou criou expectativas que eles são incapazes de suprir? Já parou pra pensar
que atualmente todo mundo está preocupado em viver A PRÓPRIA vida? Não está
entendendo o que uma coisa tem a ver com a outra? Bom... se você está
preocupado em passar num concurso, conseguir promoção, comprar um carro novo,
trocar a mobília da sua casa, fazer aquela viagem que você está sonhando há tempos, e tantas outras coisas da sua vida que mal sobra tempo pra você perceber o seu dia, qual o tempo que você tem pra se preocupar ou despender energia para as
necessidades do outro? E quando você fura filas ou sonega impostos? Qual a “mão”
que você dá pro seu amigo que está atolado com trabalhos da faculdade? Pra sua
mãe que precisa ir ao médico, pro seu colega de trabalho que ainda não terminou
a última demanda? Pro seu vizinho que não consegue achar uma auxiliar do lar ou
para aquela criança que precisa de comida e mora em orfanato e tantas outras
situações que passam batido sobre os olhos desatentos dos individualistas –
egoístas. Estamos menos disponíveis e queremos sedentamente encontrar pessoas
que assim sejam e realizem todas as nossas vontades. É lógico que elas existem,
mas se a cada dia a percepção da individualidade cresce e arrebanha adeptos, é
óbvio que as pessoas disponíveis estão “pari passu” menos presentes. É necessário
assumirmos que, pra mudarmos o coletivo, precisamos mudar o individuo, afinal o
coletivo é o conjunto dos indivíduos. Então, façamos a nossa parte: ajude,
escute, pense, coloque-se no lugar do outro, tolere, seja indulgente, não
humilhe, oriente, seja gentil. Certamente, aos poucos, o dia a dia mudará. O
que você acha?