
Às vezes fico sem entender porque o ser humano é tão facilmente seduzido por qualquer coisa relacionada ao sexo. É uma avalanche diária de apelações sexuais na vida cotidiana. Vendem perfumes, carros, viagens, roupas, CD, DVD, computador e qualquer coisa que for relacionada ao poder sexual que o objeto trará para o consumidor, mesmo que inconscientemente. Chega a ser impressionante. Quando eu me lembro que esse poder da luxúria é conhecido desde a antiguidade, junto com seus outros companheiros de pecado, cai a ficha do porque disso tudo. Vamos fazer numa breve retrospectiva histórica. Desde os tempos remotos, até meados de 300 d.C, era hábito corrente a realização de reuniões religiosas onde os participantes se despiam, se ungiam (massagem com óleo) e depois copulavam celebrando os evangelhos gnósticos que ainda estavam na bíblia naquele período. Na tentativa de fugir das tentações pecaminosas de Constantinopla, um monge, lá pelos 370 d.C, isolou-se no deserto e começou a catalogar seus pensamentos. Em sua lista final restaram os pecados mais perigosos: ira, gula, avareza, vaidade, melancolia, preguiça, orgulho e a luxúria. Esta última, tratada com mais cuidado pelos monges que se açoitavam e se queimavam para que seus pensamentos se desviassem dos pensamentos luxuriantes. Estes pecados foram assumidos pela igreja a partir do papa Gregório em 590 d.C, que fez uma pequena modificação, reduzindo para 7 pecados, institucionalizando-os como parte da doutrina católica e os evangelhos gnósticos foram destruídos. Instituiu o celibato, de modo que pudesse controlar as atividades sexuais dos monges, além de utilizá-lo como forma de sedimentação do seu poder, evitando a hereditariedade no clero. Paralelamente, criou as 7 virtudes, que deveriam dirigir as populações, passando a dizer que quem não se comportasse daquela forma iria para o inferno, que só para constar, não aparece de forma literal em nenhum momento na Bíblia. Surgem então os demônios, um para cada pecado. Os monges, assim como a população, passam a temer a luxúria mais que qualquer outro pecado. A atitude do papa foi exclusivamente para controle social, pois a sociedade desse período tinha hábitos sexuais desprovidos de escrúpulos, mantendo relações sexuais mesmo em locais públicos. Tanto para os romanos quanto para os gregos o sexo era uma forma de experimentação do corpo que deveria ser provada na sua completude. Em 1320 d.C surge a “confissão” para que o clero pudesse tomar a sociedade pela rédea e imputar penalidades e culpa. No séc. XVI o cristianismo se divide com a reforma protestante: o povo já não aceita tudo o que vem da igreja. Um determinado grupo rejeitou a confissão veementemente e fugiu para a América, de modo que mantivessem puras as regras sociais (sem confissão para redenção) onde não haveria lugar para o pecado e lá, marcavam mulheres adulteras e decapitavam homens infiéis. A partir de 1800 começa a repressão sexual de forma ostensiva. Sexo só no casamento. Todo tipo de variação que não fosse a obtida no casamento era tida como anormalidade. Já em 1920, as mulheres reassumem a identidade sexual que achavam que lhes era de direito. Nos anos 50 com a chegada da pílula um novo modelo comportamental se instala e a partir dos anos 60 as amarras não mais as mesmas. Apesar de todo o esforço das religiões, me parece que não houve muito sucesso na vitória conta esse pecado em especial. Cientistas provam a cada dia que o cérebro humano reage inadvertidamente quando excitado. Demonstram as ações e influências das substâncias no corpo e a dependência emocional que elas causam. Ou seja, quanto mais excitação, menos discernimento para as escolhas. As ressonâncias magnéticas provam isso: quando excitados os corpos redirecionam suas atividades para a finalidade reprodutiva e que se dane o resto! E o que se vê então hoje é uma ode ao sexo. Uma completa manipulação dos desejos dos menos avisados para que eles decidam comprar. É muita baixaria ter que excitar alguém para vender, você não acha? E se isso for aplicado aos seus filhos? Pecado capital? Talvez não seja esse o apelo correto, mas que o combate aos excessos é uma batalha real que deve ser travada todos os dias, lá isso é verdade. Eles são derivados das nossas decisões, que nos afetam diretamente e afetam toda a sociedade. Penso que o equilíbrio é a base de tudo. Cuidado, você pode ser uma mera marionete do mercado. Quero que minhas reações sejam definidas por mim e para meu uso, não manipuladas para realizar o planejamento financeiro de ninguém. E você?
Olha... algo que a Bíblia diz q é uma verdade... Qdo vc põe leis e limites o pecado está sendo colocado em evidência... Parece que qto mais ouvimos "isso pode" ou "isso não pode", é aí que ficamos estigados a fazer... Realmente tem coisas que precisam ser freiadas... Mas o que verdadeiramente vale é se achar um equilibrio para tdo isso. Hoje a maneira que se encontra o mundo, cada vez mais corrompido, nada impede que excitem alguém para vender o seu produto. Direta ou indiretamente vemos e ouvimos cada coisa absurda... exemplo disso são esses funks de hoje em dia... cada letra vulgar e de baixo nível, que não sei onde isso vai parar. A manipulação para essa área (sexo)está completamente nítida. Já que vemos que quanto mais excitação, menos discernimento para as escolhas e isso já está comprovado, aí que a coisa vai ficar pior. Só resta pensar para ter sabedoria de como devemos agir...
ResponderExcluirCom relação as questões religiosas, não há muito o que se discutir, pois todas as religiões criam mecanismos para orientar a conduta da sociedade da forma que mais lhe for conveniente. Assim eles continuam mantendo o controle e sua soberania.Quanto a utilização do sexo e do prazer como instrumento de manipulação do consumo. Tornou-se uma prática vergonhosa, aliar sexo a produtos que pouco tem a ver, como as "gostosonas" que aparecem nos comerciais de cerveja e carros. Nossa sociedade está mal orientada, e acaba consumindo produtos de má qualidade em virtude do apelo sexual.
ResponderExcluirNão vamos nos esquecer que as “gostosonas” são também produto de manipulação e objeto de desejo produzido pela mídia também.
ResponderExcluirEm relação à ética na propaganda me pergunto quem deveria fiscalizar e regulamentar o que pode ou não ser veiculado?
Os governos com escândalos todos os dias no senado federal, câmaras de deputados, câmaras municipais, prefeituras, governos estaduais e presidência da “republica”, ou o povo que é ensinado desde criança a comprar tudo que vendem e a não questionar o certo e o errado?
Difícil uma escolha não?
Volto na educação como ponto chave de mais essa questão, não o desenhar e identificar letras, mas o saber pensar.
Sobre sua pergunta final Luciana:“Quero que minhas reações sejam definidas por mim e para meu uso, não manipuladas para realizar o planejamento financeiro de ninguém. E você?”
Eu também quero isso, mas não identifico ninguem pra me ajudar nisso.
Abraços.
Clotilde Oliveira
Sidney Matos,
ResponderExcluirA igreja sempre quer manipular as opniãos das pessoas. Tanto é que até hoje ela é contra o uso do preservativo o que acho um absurdo, nós vemos sexo em tudo, querendo ou não ele está presente em nossa vidas não só na TV mas na mente do ser humano, acho eu que é pela falta de algo que não temos nem idéia do que é. Mas o mundo está totalmente carente e busca o prazer a qualquer custo. Daí que acho que a mídia aproveita a situação para vender algo que buscamos, mas nunca encontramos. Pra mim o mundo está num processo de carência absoluta e temos que fazer algo pelas crianças que estão vindo, pois elas serão totalmente manipuladas pela mídia que não tá nem ai com o próximo só querendo a luxúria e o poder absoluto.
Bjs
Lu, o que dizer sobre algo tão absurdo quanto ao uso do apleo sexual hoje está em tudo até nos desenhos infantis. e aunto a igeja sempre achei que o que se prega e sempre para controle da sociedades e como ditar as regras o que e certo eo que não e certo por explo você viu a lei que está quase sendo aprovado no nosso governo direto com o vaticano de que só o catolicismo será ensinado nas escolas brasileiras por que sera? eu me orgulho de viver em um país sem comflitos de religiões acho que tem algum interrese por traz disso. e quanto a este apelo cabe a nós futuros publicitarios e comunicolocos ter uma consiencia e mudar isto não precisa ser assim, este texto me fez refletir, qual meu papel será que farei a diferença? Eu desejo que sim.
ResponderExcluirbjs
Quero também ter controle das minhas escolhas, ter discernimento o suficiente para fazer essas escolhas. Se temos o livre arbítrio porque não usá-lo a nosso favor e não contra. Saber dosar o desejo e a necessidade é importantíssimo. Claro que a mídia vai apelar para vender mais, vai manipular através desse desejo incontrolável e instintivo, que é do ser humano, mas vamos ser espertos. Lú, obrigada por tanta informação no seu texto, me fez pensar que estamos retrocedendo no que diz respeito ao sexo. Com tudo que foi feito para diminuir a promiscuidade de épocas passadas, hoje podemos perceber que as coisas estão voltando a ser tão descaradas quanto eram.
ResponderExcluirHoje esta cada vez, mais comum usar o sexo como instrumento para fazer as pessoas cosumir,de certa forma até funciona,mais isso é uma vergonha associar sexo para vender,mais a sociedade ja esta acostumada com isso que as vezes efetua uma compra (como por exemplo: resistas)não pelo conteúdo da matéria mais por quem esta na capa "se é um Gostosão ou uma gostosona" .
ResponderExcluirbjos
Honoria Silva
O consumismo está mesmo violento,muitas vezes compramos só para experimentar e ver se realmente é bom,sem pensar nas consequências.
ResponderExcluirCom isso consumimos coisas que não preta, gastamos o dinheiro que poderia ser bem utilizado,estragamos a saúde sem perceber,é um circulo vicioso.Tem um ditado popular que diz: manda quem pode e obedece que tem juízo!
Esquecemos de uma coisa: sexo é algo que está presente até nos bebes,então só vamos deixar de pensa desta forma quando morrer.Não justifico a forma desenfreada,mas a educação e o bom senso de cada um pode ser repensada,as proibições podem ser até relevantes mas não resolve. O que fazer então? parar o mundo? impossível...os produtos estão ai,a mídia também com seus estímulos cada vez mais fortes.É os futuros publicitários o que faram?
O que chamamos falta de formação, tornou-se culpa da igreja! Bem sabemos que a industria cultural não influecia áqueles que tem uma boa formação, pelo menos de forma desinfreada como vem acontecendo. As pessoas alimentam o seu espírito de bens materiais mais que qualquer outra coisa que pudessem lhe trazer algum benefício. Se empanturram de status,de poder, de roupas, de carros, etc., quer dizer, se alimentam mais do que podem digerir. Elas tem medo de ser diferentes e ser caretas. Faz-se necessário, usar o bom senso, colocar uma coleira e não consumir mais do que deveria. É lamentável ver que tem poucas vozes falando sobre isso, os líderes fingem que estão preocupados mas não tomam nenhuma atitude, faltam-lhes vontade política!
ResponderExcluirO consumismo é algo que advém de uma cultura socio-historica norteado pelo unico desejo de poder, o que desenfrea este ato de se consumir é a falta ou melhor é a ausência dos conceitos aplicados na educação que ponderem tal feito. acho complicado falar de sexo visto que cada organismo reage de uma forma o contato com outro, o que vejo é um Mito criado em cima de algo "simples" para disfarçar o que podemos chamar ausencia de calor humano ou carência!
ResponderExcluirA mídia apela porque sabe que as pessoas consomem, e vice-versa. Enquanto lá fora o povo é tido como civilizdo, deixamos o Brasil ser esculachado pelos próprios brasileiros que deixa a propagação do sexo ser mais forte a cada dia. Não lembramos que somos nós mesmos que injetamos dinheiro nessa propagação, para depois sermos dependentes de tudo isso.
ResponderExcluirRealmente, e uma barbaridade ver qe a mídia estão fazendo apelo sexual para conseguirem vender algo. O pior é qe muitas vezes somos pegos por isso ate mesmo sem preceber, pois muitas pessoas acabam comprando algo ou consumindo, pelo simples fato de acharem qe estão adquirindo status, poder ....
ResponderExcluirNo meu caso, o qe eu consumo ou adquiro é simplesmente pelo fato de eu gostar de determinado produto e não por pensar qe ao ter isso ou aquilo eu vou adquirir um certo status qe eu quero qe os outros pensam. Mais infelizmente muitas pessoas acabam sendo influenciadas e acabam sendo levadas pela influencia desses apelos da mídia.