
Sabe que às vezes eu posso ser repetitiva, mas acho importante dizer: minha avó sabe das coisas... Acho mesmo que no “frigir dos ovos” a gente acaba recebendo influências das pessoas que vivem ao nosso redor: “me diga com quem andas e eu te direi quem és”, diz ela. E, se você souber escolher, isso pode ser muito bom. Neste final de semana fui para um aniversário de uma amiga, muito querida por sinal, e tive o prazer de conversar algum tempo com a mãe dela, pessoa viajada e observadora do comportamento humano, que curiosamente ela registra na sua máquina fotográfica. E, durante nosso papo ela me disse uma coisa que me chamou muita atenção: “Lu, nós brasileiros estudados, com certa estabilidade financeira, estamos na vanguarda das sociedades. Temos assunto para qualquer tema, conversamos polidamente com qualquer pessoa, compreendemos o que é diversidade e, sobretudo, aceitamos as opiniões externas apenas para avaliação do nosso ponto de vista. E isso é muito importante, porque é através deste comportamento que podemos analisar o que nos é interessante fazer ou não, defender ou não, criar ou não, transformar ou não. Deveríamos levar essa condição aos 190 milhões de brasileiros, fortalecendo nossa condição de cidadão. Mas, infelizmente, nosso povo é dividido em dois grandes grupos: aqueles que estão na condição da passividade, sendo massa de manobra política e aqueles que têm compreensão dessas ações, mas que na maioria dos casos (e olha que são poucas pessoas) tem preconceito do “pobre” e suas preocupações não chegam até eles, já que sua vida (daqueles que tem melhores condições, por menores que elas sejam) não sofre os mesmos impactos. Eles não têm preocupação em ajudar a resolver nenhum problema que não os afligem diretamente.” Depois que ela me disse isso, fiquei parada pensando por um tempo... pensando no que eu ando fazendo para ajudar aqueles que tem problemas diferentes dos meus... pensando no que eu poderia fazer para ajudar mais. Cheguei à conclusão de que esse blog é um instrumento e tanto, e que ele pode me ajudar a ajudar. Não que ele seja a única maneira, mas é uma forma interessante. Através dele eu posso passar as poucas coisas que eu aprendi nesses anos, principalmente sobre as questões morais, que em minha opinião são as mais valiosas, que eu aprendi desde o berço. São aquelas que questionam nossos comportamentos e fazem a gente se impor em determinados momentos. São os conceitos que me orientaram sobre as diferenças entre aquilo que é permitido e o que é devido, e me deixou claro que nem tudo o que eu posso, eu devo fazer. E aí, acabei ficando feliz. Acho que levantar questões, apontar novos pontos de vista e debater assuntos que geralmente são desinteressantes é uma forma de ajudar, e essa desde o início foi a proposta com o blog. Ele pode ser o início para alguém que deseja dar o primeiro passo em direção do próximo. Afirmo isso porque dizem que ninguém consegue ajudar alguém se não conseguir compreender seus próprios limites. Então, seguirei tentando escrever e me fazer compreender, achando que assim posso ajudar. Para vocês, que por um motivo ou por outro lêem meus devaneios (alunos amados, não me odeiem!), espero que me compreendam. Saibam que minha ousadia é maior que eu em pensar que talvez você aceite esses pensamentos pelo menos como um exercício de paciência. É, assim você já vai entendendo melhor seu limite de tolerância, conhecendo-se cada vez mais. Nesse instante, quando você aceitar exercitar, pelo menos a sua paciência, voltaremos ao início da conversa, num estágio mais adiante que antes, pois já destes o primeiro passo. E assim por diante. De toda forma, seu maior desafio é achar um jeito de ajudar, mesmo que seja como aquele Beija-flor, que diante de um grande incêndio na floresta não desistiu, carregando em seu pequeno bico uma gota de água por vez, insistindo que pelo menos assim ele fazia a sua parte e sua atitude motivou toda a bicharada que fugia a voltar. Cada um fez o que pode para acabar com o incêndio... Não é que deu certo?! Que tal você encontrar a sua forma de ajudar? Pode lhe parecer pouco, mas com certeza existem pessoas que precisam exatamente daquilo que você pode dar. Já pensou nisso?